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História da Semana: Os clássicos modernos de Billy Wilder


Daquele grupo de diretores que souberam mesclar o Cinema Clássico com o Cinema Moderno nos Estados Unidos, Billy Wilder (1906-2002), responsável por clássicos como "Farrapo Humano" (1945) e "Se Meu Apartamento Falasse" (1960), foi o que conseguiu estabelecer um retrato de sua época com uma crítica metalinguística sobre o próprio Cinema Americano de uma forma irônica, porém elegante e louvável. O principal representante desta característica foi o seu "Crepúsculo dos Deuses" (1950). Num daqueles exemplos atípicos de uma certeira tradução não literal do título (que no original é apenas "Sunset Boulevard", nome de uma famosa avenida de Hollywood), o filme lida com os escombros de uma Hollywood que via o seu "Star System" começar a ruir, personificada pela depressiva Norma Desmond (ex-estrela do Cinema mudo), interpretada por Gloria Swanson. "Eu sou grande, os filmes que ficaram pequenos", diz a personagem em certa passagem do filme, ilustrando a decadência das grandes estrelas com a crise econômica. Os toques de modernidade estão presentes desde a abertura do filme, quando o próprio narrador da história (William Holden) se apresenta como o morto que está na piscina, num filme que mistura vários gêneros, como o noir, o policial e o suspense, trazendo a temática da loucura extraída do expressionismo alemão. Um grande exemplo daquela ironia citada é a escalação do diretor Erich von Stroheim (de "Ouro e Maldição", de 1924) como o mordomo da história, um papel que seria considerado "medíocre" (e rejeitado) pelas grandes estrelas de Hollywood.

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