Frase da Semana: "Mais uma Chance"
"A lot of women have babies at 41. I thought I could too."
"Várias mulheres têm filhos aos 41 anos. Eu pensei que eu também poderia." ⠀ Se tem um assunto que tem sido coerentemente colocado em pauta nesta temporada de premiações é o do inexplicável preterimento de excelentes filmes dirigidos por mulheres. Tudo bem que não foram completamente esquecidos, como é o caso de "Sem Rastros" (Melhor Direção no Círculo dos Críticos de Los Angeles para Debra Granik) ou de "Poderia Me Perdoar?" (da diretora Marielle Heller, com alguns prêmios de Melhor Roteiro e menções às atuações de Melissa McCarthy e Richard E. Grant), mas tampouco tiveram impulso real na corrida de Melhor Direção. ⠀ A este grupo também devemos adicionar o nome de Tamara Jenkins que, após 11 anos desde seu último filme ("A Família Savage", de 2007), nos entregou a mais deliciosa comédia dramática do ano: "Mais Uma Chance". Esta produção da Netflix conta a história de um casal com problemas de fertilidade e de como isso vem afetando a relação entre os dois. A narrativa passeia fluidamente entre a comédia (com garantia de risadas espontâneas) e o drama num território fértil para que Kathryn Hahn e Paul Giamatti brilhem em seus papéis (deveriam inclusive estar na conversa de indicações ao Oscar). ⠀ Mais do que ilustrar a questão da infertilidade, a frase acima proferida pela personagem de Hahn expressa o impacto da insegurança que a cobrança da maternidade (e da escolha por uma família ou uma carreira) provoca nas mulheres. Uma história com emoções genuínas extraídas das mais atípicas situações experimentadas pelos casais que passam por tais problemas que não teria o mesmo frescor se não fosse o talento e a sensibilidade de Jenkins. Com merecidas indicações ao Independent Spirit Awards de Melhor Direção e Melhor Roteiro, fica aqui mais uma indicação pessoal de um dos melhores filmes de 2018. ⠀
