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História da Semana: O grande nome de Jean Renoir no Realismo Poético Francês


O Realismo Poético Francês teve uma divisão em quatro períodos, os quais acabaram não sendo exatamente fiéis à cronologia dos lançamentos dos filmes devido ao atraso de alguns deles graças ao período sombrio da 2ª Guerra Mundial. De toda forma, algumas características em comum entre as obras permitem que seja feita essa separação didática e temporal dos filmes. “O Atalante” (1934), filme citado na semana passada, fez parte do período inicial, o “Primórdio”, com o surgimento de uma nova safra de produtores (e roteiristas, claro) com a crise econômica do início da década de 30. O segundo período é chamado de “Primeira Fase”, com aqueles artistas já mais desenvoltos no compromisso de utilizar a arte como resposta à ascensão fascista na Europa. Tido como um reflexo da vitória da Frente Popular nas eleições de 1936 na França, o movimento exibia personagens que eram da classe operária ou mesmo desempregados, sendo colocados como protagonistas de forma inédita. Sem finais felizes ou trágicos, os filmes buscavam trazer uma linha realista, com tais personagens concluindo seus arcos narrativos muito próximo de onde partiram. Foi aqui que o grande nome do movimento, Jean Renoir (1894-1979), teve o momento para escrever seu nome na História do Cinema. Atuando principalmente como diretor, alguns de seus roteiros traziam críticas inteligentes à sociedade vigente, como é o caso do fabuloso “A Regra do Jogo” (1939, foto). Dividindo os créditos do roteiro com Karl Koch, a narrativa sobre infidelidade nas relações conjugais (praticada por ambos os sexos) é desenrolada em meio a um pano de fundo de indiferença das classes sociais mais abastadas em relação aos reais problemas do mundo (que veria o início da guerra mais sangrenta da História naquele ano).

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