top of page

História da Semana: A contribuição de Charles Spaak para o Cinema Francês


Antes de continuarmos com as duas fases seguintes do Realismo Poético Francês, não posso deixar de enaltecer outro importante nome do movimento: Charles Spaak. Este escritor belga foi o roteirista de filmes marcantes da "Primeira Fase" do movimento, como "A Última Cartada" (1934) e "A Grande Ilusão" (1937, foto). Dividindo a assinatura dos roteiros com seus respectivos diretores, seu conterrâneo Jacques Feyder e o grande Jean Renoir, o nome de Spaak acaba sobressaindo-se justamente pela ênfase que o movimento dava para a função do roteirista, que tinha a voz para passar aquilo devia ser dito. O filme dirigido por Renoir trazia uma mensagem de súplica para a Europa não mergulhar novamente na iminente guerra que se desenhava no horizonte. Sendo um filme de guerra sem nem exibir uma batalha sequer, ele contava a história de dois soldados franceses que são capturados e aprisionados por alemães na 1ª Guerra Mundial. O seu título faz uma previsão correta em relação a como os franceses chamavam a guerra de 1914 a 1918, "La Der des Ders", que seria uma forma abreviada de "A última das últimas". Em 1939, o esperançoso apelido francês acabou se confirmando como uma grande ilusão de fato. Aproveitando a coincidente proximidade do anúncio dos indicados ao Oscar deste ano (em que "Roma" se tornou o 11º filme majoritariamente falado em língua estrangeira a concorrer ao Oscar de Melhor Filme - e possivelmente o primeiro a vencê-lo), o filme de 1937 recebeu uma solitária e única indicação nesta tão famigerada categoria, marcando a primeira vez que isso acontecia na história da Academia (em sua 11ª cerimônia). Não devemos confundir com o "A Grande Ilusão" ("All the King's Men") de 1949, filme americano dirigido por Robert Rossen, que veio inclusive a ganhar o Oscar de Melhor Filme.

Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
bottom of page