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História da Semana: O pessimismo crescente na "Segunda Fase" do Realismo Poético Francês


Seguindo a divisão do Realismo Poético Francês em quatro períodos, chegamos finalmente no terceiro deles. Chamado de “Segunda Fase” (já que o primeiro foi o “Primórdio”), a temática influenciada pela ascensão do fascismo, que já estava presente na fase anterior, agora torna-se mais evidente devido ao terror cada vez mais imponente dos regimes totalitários no continente europeu. Com isso, os filmes refletem uma França mais pessimista e desanimada, prenunciando uma derrota francesa em um eventual conflito. Os personagem passam a ser menos os empregados e operários de antes para dar lugar aos negligenciados, delinquentes ou desertores que nada mais são do que indivíduos que buscam fugir de suas vidas mesquinhas. Um dos representantes desta fase, “O Demônio da Argélia” (1937, foto), escrito e dirigido por Julien Duvivier (baseado no livro de Henri La Barthe), traz este aspecto fortemente ao ambientar a história em um bairro miscigenado da cidade de Argel que protege o protagonista fora-da-lei. Interpretado por Jean Gabin, o personagem que dá nome ao filme (“Pépé le Moko” é o título original) é um gângster parisiense que se refugia na Argélia e começa a sentir falta da sua real liberdade, confinado na proteção ao ar livre do bairro de Casbah. Traduzindo um pouco da sensação de imponência perante a iminente guerra, o filme traz ainda um belíssimo momento musical que invoca os momentos de glória (e paz) do passado, confrontando-os com a consciência da mutabilidade imposta pelo tempo.

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