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História da Semana: O reconhecimento póstumo de Fassbinder


Rainer Werner Fassbinder morreu precocemente aos 37 anos em decorrência de uma overdose. Mesmo com pouco tempo de carreira e uma numerosa filmografia, considera-se que apenas após sua partida que seus filmes passaram a ser reconhecidos com a importância devida, uma vez que seu comportamento (sexual ou em relação às drogas ilícitas) estava sempre nos tabloides da época, o que de certa forma desviava o foco de suas obras, seja pela curiosidade, seja pelo preconceito. Aliás, os filmes do diretor alemão também não eram tão simples e transparentes, requerindo eventualmente um grande esforço para entender a mensagem que ele queria passar. Neste ponto, ele foi se distanciando das narrativas mais populares de Douglas Sirk, tornando suas obras progressivamente mais difíceis. A última delas, “Querelle” (1982), usou e abusou de uma abordagem teatral para contar a história de um marinheiro e serial killer bissexual que seduzia suas vítimas antes de matá-las por diversão e propina. Assim como nos filmes de Sirk, a valorização da direção de arte é ominosa neste seu último filme, o qual se passa inteiramente numa paleta de cores entre o amarelo, o laranja e o branco, parecendo sempre um alvorecer (com o horizonte claramente pintado à distância no cenário). Lançado postumamente, o filme dividiu opiniões na época, mas foi um sucesso relativo de público em sua estreia em Paris, ao se considerar uma obra com a temática homossexual tão central.

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