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Crítica da Semana: "A Vastidão da Noite"


"A Vastidão da Noite" (“The Vast of Night”, 2019)


Direção: Andrew Patterson Disponível em: @primevideobr Recebendo elogios em alguns festivais de Cinema no ano passado (após ter sido rejeitado em outros ao longo de 2018), foi apenas no mês passado que essa caprichada ficção científica de suspense pode ser alcançada pelo grande público com sua disponibilização via streaming. Marcando a estreia de Andrew Patterson como diretor e roteirista (apesar de usar um pseudônimo, James Montague, nesta última função), vemos aqui um exemplo de filme que não necessita de vistosos (e incessantes) efeitos visuais para se destacar quando se lida com talento para extrair a tensão de um bom roteiro. Utilizando-se de tomadas longas (uma cena específica chega a durar quase 10 minutos de pura construção de tensão) e zooms lentos para um crescente e silencioso incômodo, o cineasta prende a atenção do espectador tanto pela curiosidade que se avoluma quanto aos misteriosos sons que são recebidos por radiofrequência em uma noite pacata numa pequena cidade no Novo México, como também pela valorização das reações dos personagens aos mesmos (caso da cena citada acima, por exemplo). É justamente esse foco mais proeminente nos atores que torna a experiência ainda mais envolvente. Com uma introdução que já insere o espectador no universo fantasioso de histórias sobrenaturais (bem ao estilo “The Twilight Zone”), este já pode esperar que a história envolva uma ameaça desconhecida cuja revelação não é particularmente original. No entanto, a soma dos fatores técnicos e humanos acima elencados resulta em uma hipnotizante narrativa que nos faz não querer piscar em nenhum momento, sob o risco de perdermos algum detalhe tão bem posicionado pelo diretor. Permitindo-nos piscar ao seu término, fica a certeza de que não vamos querer perder seus próximos filmes.

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