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História da Semana: A comédia descompromissada da inversão de gêneros


Se os personagens homossexuais dos primórdios do Cinema eram mais secundários e voltados para funções cômicas, o mesmo podia ser atribuído a personagens que se travestiam com roupas do outro sexo por razões diversas. Sem necessariamente indicar a orientação sexual dos mesmos (que podiam ser, por exemplo, protagonistas de tais histórias), tais performances costumavam arrancar risadas com uma pitada de excentricidade, aparentemente sendo mais aceitável para o grande público do que abordagens mais afetivas daquele tema. Algumas personificações "drag" notáveis dos anos 1910 vieram em curtas-metragens. Dentre elas, há maior destaque para o grande Charlie Chaplin no curta-metragem "A Woman" (1915), no qual se veste de mulher e finge seduzir vários homens, em um exemplo perfeito de sua função de entretenimento descompromissado. Além dele, os atores Fatty Arbuckle e Wallace Beery (que viria a ganhar o Oscar de Melhor Ator na década de 30) apareceram em uma série de curtas com suas personagens "Miss Fatty" e "Sweedie", respectivamente. Em longas-metragens, essas inversões de gênero seguiam a mesma cartilha da comédia. Em "A Florida Enchantment" (1914), por exemplo, uma mulher encontra uma semente que faz homens agirem como mulheres e vice-versa, sendo a desculpa para o desenrolar da trama. Muitos anos depois, um dos exemplos mais famosos seria o de "Quanto Mais Quente Melhor" (1959, foto), no qual dois músicos precisam se disfarçar de mulher para fugir da máfia, rendendo ótimas risadas com as performances de Tony Curtis e, principalmente, Jack Lemmon.

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