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História da Semana: A censura do Código Hays


Se personagens homossexuais até então mais caricatos eram reservados para funções de humor em grandes filmes do período de ouro em Hollywood, tais participações foram progressivamente sendo eliminadas ao passar pelo novo crivo de censura do chamado "Código de Produção Cinematográfica", mais conhecido como "Código Hays" (1934-1968), uma medida do governo que buscava reduzir a perda de receita que ocorria com boicotes conduzidos pela Igreja Católica e por grupos protestantes fundamentalistas. Tais boicotes ocorriam devido ao que tais grupos julgavam indecente ou imoral no conteúdo de algumas obras de Hollywood, buscando eliminar o impacto moral desta no comportamento do grande público. Com isso, aqueles personagens "pansy" ou "maricas" (citados há 2 semanas) foram substituídos por indivíduos mais reservados e que tinham suas sexualidades escondidas no subtexto. O "Código" barrava qualquer representação de "desvios ou pervesões sexuais", o que afetava, indiretamente, a homossexualidade no julgamento da época. Personagens gays passaram, por exemplo, a serem enquadrados como vilões que seriam punidos pela lei devido aos crimes cometidos na narrativa explícita, numa forma de punição moral para que o público entendesse que nenhuma conduta "moralmente reprovável" deveria ficar acima da lei. Um exemplo de modificação para se adequar ao código foi "Relíquia Macabra" (1941). O personagem Joel Cairo, interpretado por Peter Lorre (à esquerda na foto, ao lado de Humphrey Bogart) é claramente homossexual no romance em que o filme se baseia, mas tal característica é praticamente escondida na telona.

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